Vai demorar para a Bateria Tourada, da Atlética Los Bravos – UEPG, tirar o sorriso de vitória. O título conquistado no Desafio de Baterias do 8º Engenharíadas Paranaense, no feriado prolongado de Corpus Christi, é motivo de orgulho para cada ritmista da Bateria e todos os participantes da delegação, que viajaram para Maringá e voltaram para Ponta Grossa carregando o troféu de campeões nesta que foi a 6º edição do Desafio de Baterias do EP.
A Tourada deu um olé nas Baterias tradicionais, que conquistaram os pódios das últimas edições, saindo da quarta colocação no Desafio 2015 para o lugar almejado por todos, mostrando o resultado da sua evolução nos últimos anos.
O Integraê conversou com o mestre de bateria da Tourada, Guilherme Colombo, para saber os bastidores da vitória. Veja aí!
INTEGRAÊ: A Tourada conquistou o primeiro lugar no pódio do Desafio de Baterias. Como foi para vocês receberem esse título?
GUILHERME: Foi simplesmente a realização de um sonho. Para quem não conhece muito de bateria universitária, o Desafio de Baterias do Engenharíadas Paranaense é o maior torneio de baterias do Sul do país, tanto pelo número de participantes quanto pelo nível das apresentações. Havia baterias de tradição, com vários anos de história, baterias que competem em torneios nacionais, é realmente gratificante ter ficado em primeiro lugar nessa edição do torneio.
Nossa bateria começou a engatinhar em 2009, surgiu com a fundação da nossa atlética, a Los Bravos, composta pelos estudantes de todas as Engenharias da UEPG, mas no início era apenas um monte de gente que simplesmente batucava tambores (risos). A parada começou a ficar realmente séria no final de 2013, quando montamos o grupo que foi a base desse que temos atualmente. Com o passar dos anos, cada vez mais buscamos estudar e procurar conhecimento nas grandes baterias do país e, desde aquela época, nosso objetivo era pelo menos participar do Desafio do Engenharíadas, sonho que conseguimos realizar em 2015, ficando na quarta colocação.
É um trabalho duro conciliar a faculdade de Engenharia com os ensaios, o que nos deixa mais felizes ainda com esse resultado. É um prazer representar a Atlética Los Bravos, a UEPG, e Ponta Grossa.
INTEGRAÊ: Vocês desbancaram as baterias que conquistaram as primeiras colocações no ano passado, UEM, UTFPR PG e UFPR. A que você atribui essa reviravolta de um ano para o outro?
GUILHERME: Acredito em duas coisas: Primeiramente, a gente tem se dedicado muito a esse projeto, temos nos organizado, montamos uma diretoria própria (trabalhando em paralelo a Atlética, mas sempre juntos), fomos atrás de formas para adquirir dinheiro, pois é realmente difícil manter uma bateria, os instrumentos e sua manutenção são muito caros, os cuidados grandes, e, além disso, o lugar para ensaiar é caro também, pois não temos autorização para ensaiar dentro da universidade ainda. Enfim, organização foi extremamente importante para que conseguíssemos uma estabilidade.
Em segundo lugar, ao fato de nosso grupo ser muito unido, desde o começo em 2013; além de “colegas de bateria”, nós somos amigos. Tenho outros projetos paralelos dentro da faculdade com vários dos ritmistas, a maioria das pessoas de lá frequenta a minha casa, sabe do que acontece comigo e tudo mais. A gente que vem de outra cidade para estudar, acaba por ficar longe da família, e assim os amigos viram uma segunda família. Como nós mesmos falamos, somos a “Família Bateria”.
INTEGRAÊ: Como você avalia o nível técnico das baterias neste 8º Engenharíadas PR?
GUILHERME: O nível estava muito alto mesmo, a meu ver, mais do que em qualquer outra edição do torneio. Ano a ano e cada vez mais, é possível ver a evolução das baterias aqui no PR, que já é a segunda maior potência do país no universo das Baterias Universitárias. Felizmente, ainda assim conseguimos ganhar o título em recompensa de todo nosso trabalho.
INTEGRAÊ: Há quanto tempo vocês se preparam para o Desafio?
GUILHERME: Se eu te falar que é desde 2013? (risos). Foi quando começamos o projeto de fato, alguns membros saíram, outros entraram, mas nunca mais paramos de ensaiar. Fazemos nossas pausas nas férias, mas fora isso, ensaiamos durante todo o ano.
INTEGRAÊ: Além do título geral, a Tourada recebeu quatro dos oito Estandartes de Ouro da competição, sendo um o seu, de Mestre. Como é para a Tourada ter os melhores ritmistas deste Desafio?
GUILHERME: Pois é, para nos deixar mais orgulhosos ainda, levamos metade dos Estandartes de Ouro da competição. Temos realmente muita gente boa tocando conosco, mas creio que os estandartes também sejam mais fruto do trabalho em grupo, pois ninguém toca sozinho. Quando cada naipe (instrumento/sonoridade) trabalha bem no conjunto como um todo, eles acabam se sobressaindo por si só.
Quanto ao meu Estandarte, foi realmente demais, fiquei muito feliz pois nem era meu objetivo, eu estava lá para ganhar com a Tourada, o Estandarte seria apenas consequência. Era meu primeiro Desafio comandando uma bateria, sendo que dos últimos três Desafios que participamos, nosso antigo mestre (o Bahia) havia ganhado os três estandartes de mestre. Eu sabia que seria difícil, mas estudando e escutando as dicas do nosso querido ex-mestre, corrigi muitas coisas e fico feliz que os jurados tenham gostado do que apresentei.
INTEGRAÊ: O que a Tourada deseja para o futuro, para as próximas edições de EP?
GUILHERME: Antes de qualquer coisa, continuaremos fazendo o que mais gostamos, que é o samba, a música, e estaremos representando nossa cidade, nossa universidade e nossa atlética. Se essas coisas continuarem assim, somado à dedicação de cada ritmista, os resultados vão continuar vindo naturalmente. No ano que vem voltaremos com tudo para trazer o troféu de novo para Ponta Grossa, e quem sabe a Tourada não aparece em algum torneio nacional aí logo mais.
Queria agradecer o espaço que o Integraê está nos dando. Agradecer também aos jurados Zoinho (Império de Casa Verde), Luiza (Bateria S/A) e Klemen (Independente Tricolor) e a todas as Baterias que engrandeceram o Desafio de Baterias do Engenharíadas.
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