A cidade de Tokyo no Japão recebeu o maior evento esportivo mundial, mas teve suas expectativas modificadas pela pandemia de Coronavírus que parou o mundo em 2020 e se arrasta ainda em meados de 2021. Assim, as arenas estavam sem públicos e os atletas, isolados na vila olímpica, só podiam sair para treinar e para suas respectivas competições. Com todos atletas testados antes de entrar em solo japonês, a olimpíada teve sua abertura inicial no dia 23 de julho e encerrou no dia 8 de agosto.
A edição era de 2020, mas foi realizada somente em 21, contou com estreia de novas modalidades como o Surf, o Skate, escalada, karate e baseball. As modalidades tradicionais continuaram e foram motivos de muita emoção, alegria e frustrações em todas as partes do mundo. Foram mais de 12.000 atletas de 206 países diferentes, disputando milhares de medalhas nas 46 modalidades em disputa.
Mesmo com toda dificuldade de preparação que a maioria passou, a magia do Jogos Olímpicos se mantivera e fez com que muitos brasileiros virassem às madrugadas para acompanhar o dia olímpico, por causa do fuso-horário de 12 horas na relação Brasil/Japão.
Como bom bairrista que sou, abordaremos aqui sobre os destaques do Brasil que logo nos primeiros dias, já fizeram o coração dos brasileiros acelerar de emoção. No primeiro dia, a histórica prata de Kelvin Hoefler na disputa do Skate Street, estreava nos jogos. O Skate que no dia seguinte nos fez parar na frente da tv por uma menina de 13 anos, a Rayssa Andrade, nossa Fadinha fez mágica lá em terras japonesas e também trouxe a medalha de prata para o Brasil.
Sabe o que mais teve do outro lado do mundo? Teve Brazilian Storm, a tempestade brasileira como é conhecida a geração do surf brasileiro. Ítalo Ferreira e Gabriel Medida chegaram como favoritos ao ouro e até para uma dobradinha, mas numa nota para lá de estranha para o representante da casa, Medina ficou nas semis, abrindo caminho para a inédita medalha de OURO para Ítalo Ferreira.
Na ginástica artística, Rebeca Andrade trouxe a prata na disputa do individual geral feminino e se apresentou ao som de Baile de Favela, hit brasileiro de alguns anos atrás, no aparelho de solo. Dias depois, Rebeca voltou a fazer história ao buscar o Ouro inédito para a ginástica feminina Brasileira no salto sobre o cavalo.
Retornando para a água, mas dessa vez nas piscinas, Fernando Scheffer surpreendeu ao buscar a medalha de Bronze nos 200 metros livre. Quem não surpreendeu e confirmou a expectativa de medalha foi Bruno Fratus que também garantiu o Bronze na prova mais rápida da natação, os 50 metros livre. Ainda protagonizou uma das melhores e mais emocionantes imagens ao encontrar sua treinadora e esposa Michelle Lenhardt.
No atletismo, mais medalhas, bronze para Thiago Braz no salto com Vara, e também bronze para o rei do carisma nas pistas, o nosso Malvadão, Alison dos Santos fez o melhor tempo da carreira nos 400 metros com barreira, tempo que em 2016 lhe daria medalha de ouro, mas a evolução dos dois concorrentes foi maior e ambos bateram o recorde mundial na prova. Mas nada que tire o sorriso do rosto de Alison.
Voltando aos mares, as mulheres comandaram as premiações, primeiro com Ana Marcela Cunha que levou a medalha de Ouro na Maratona Aquática. E quando você pensar em reclamar de sua família, imagine como deve ser o natal da família Graell para quem não tem medalha olímpica? Isso porque Martine Grael, filha do bicampeão olímpico Torben Grael, também foi bicampeã olímpica na vela junto com sua parceira Kahena Kunze, outro Ouro para o Brasil.
E novamente, precisamos descobrir o que tem naquelas águas de Tokyo. Também na água, foi a vez o Brasil inteiro remar junto a sua canoa, Isaquias Queiroz ganhou a medalha de ouro com sobras na prova de 1000 metros da canoagem, o baiano agora chegou a quatro medalhas olímpicas e com esperança de crescer cada vez mais no esporte.
O Skate voltou a nos empolgar na modalidade skate park, com três brasileiros na final a esperança de medalha era grande e coube a Pedro Barros trazer a medalha de prata para o Brasil, que ainda ficou naquela sensação de quase, afinal os brasileiros ficaram também em quarto e quinto lugar na disputa.
No futebol de campo, as meninas ficaram nas quartas de final, após uma derrota dolorida nos pênaltis para o Canadá, já os meninos foram mais a frente e disputaram a final e com doses de emoções, ganharam da Espanha na prorrogação e subiram ao lugar mais alto do pódio pela segunda edição seguida.
O Vôlei, sempre fonte de alegria, deu alguns sustos e testou o coração dos brasileiros em alguns jogos, podemos dizer que deixaram a desejar. O vôlei feminino foi destaque ao chegar à final na quadra e ficar com a medalha de prata e aliviou a barra da modalidade, já que pela primeira histmedalha após 20 anos dória não conseguimos medalhas nas areias, na quadra o masculino ficou sem ouro e prata. Mas como a prioridade é enaltecer, parabéns a Fe Garay, Rosamaria, Gabi e todas as meninas que chegaram desacreditadas e lutaram tanto.
No Brasil, claramente podemos fazer a alusão que todos os atletas são lutadores, para chegar no ápice do esporte mundial que é a olimpíada e ainda brigar em alguns esportes, mas tem aqueles que são lutadores de carreira como os judocas Daniel Cargnin e Mayra Aguiar que ficaram com bronze em suas categorias. Já o boxe foi mais longe, Abner Teixeira foi bronze nos meio-pesados, Bia Ferreira ficou com a prata e Hebert Conceição trouxe a medalha de ouro.
Para fechar, precisamos falar sobre a instituição da emoção brasileira chamada Galvão Bueno. Muitas vezes considerado chato pelo excesso de opiniões durante os jogos de futebol, Galvão não só deu aula de narração e emoção durante as olimpíadas, como mais uma vez eternizou momentos históricos na vida dos atletas e brasileiros com sua voz. Ninguém consegue transmitir emoção como ele, por isso é o maior narrador da história. Vida longa a Galvão.
Assim fechamos esse pequeno resumo do que foi os jogos olímpicos, que nos apertaram e nos fizeram sentir ainda mais falta dos nossos jogos universitários. Só temos a dizer nosso muito obrigado a Tokyo e um chega logo Paris, 2024 tá logo aê. Continuem se cuidando e se vacinem.