Psicologia no esporte universitário, sim!

Nos esportes de alto rendimento as comissões técnicas são compostas por muitos profissionais. O atleta é observado e trabalhado em diversos aspectos por olhares diferentes e só pra deixar melhor ainda, esses profissionais podem trabalhar de forma multidisciplinar ou até mesmo interdisciplinarmente. Quando isso acontece é show de bola!

Parece muito longe da realidade das atléticas? Com certeza esse é um modelo ideal e sabemos que até mesmo em esportes olímpicos não temos essa estrutura no Brasil, mas, por outro lado, é possível dizer que o investimento das próprias AAAs em suas comissões técnicas tem aumentado. Com as competições cada vez mais acirradas tá todo mundo procurando um diferencial e, por isso, é possível encontrar atléticas que trabalham não só com técnicos, mas também com preparador físico, fisioterapeutas, nutricionista e psicólogos.

Eu sou exemplo vivo disso. Sou, com prazer imenso, psicóloga do time de basquete feminino da Escola Paulista de Medicina. Venho tentando ao máximo ser o diferencial que vai levá-las a vitória! E no texto hoje, vou contar um pouquinho de como tem sido essa experiência. 

O mundo não cansa de surpreender a gente e, logo eu, que participei da gestão da minha atlética (UNIFESP- Santos) e disputei títulos contra a caveira da escola Paulista de Medicina, fui calorosamente acolhida e recebida para trabalhar como psicóloga do BF. O projeto ainda tem pouco tempo, mas de muita intensidade. Foi possível trabalhar diversas demandas e até mesmo resolver algumas delas.

O espaço que a Atlética e, principalmente, a preparadora e a técnica do time me deram foi fundamental para que se concretizasse o meu objetivo. Dentro dos espaços já existentes, sem aumentar a carga horária ou incluir MAIS uma atividade na vida das estudantes de medicina, a psicologia foi se infiltrando, exercitando o autoconhecimento, trabalho em equipe e fortalecendo a confiança. Assim fomos construindo uma nova relação entre técnicas de basquete e aspectos psicológicos, entre tática e raciocínio.

Foram muitas as atividades e coisas desenvolvidas, foram muitos treinos, mas, de tudo isso, o que mais me marcou foi que, pra além do esporte, nós criamos um vínculo! Na estreia do nosso time no INTETMED, eu estava com muita dor, MUITA, não conseguia falar muito, andar direito, a dor só foi aumentando e eu quase não consegui contribuir e ver o time jogar. Assim que o cronômetro zerou pedi para que me levassem ao hospital e nem pude conversar com as meninas depois da difícil derrota, porém, antes de entender o que estava acontecendo comigo e receber um diagnóstico, elas já estavam lá no hospital por mim.

Teve jogadora que passou a noite comigo no hospital e quando souberam que precisaria fazer uma cirurgia, elas (vocês) ficaram, não me deixarando um minuto se quer sozinha. Assim eu, psicóloga, que queria fazer de tudo pra cuidar desse time, fui cuidada por elas. Nunca é só esporte, né? E, esse texto não é só pra dizer que é possível sim ter uma psicóloga na sua AAA, mas também uma forma de dizer muito obrigada pela oportunidade de mostrar QUE É POSSÍVEL, agradecer pelo cuidado, pela confiança e pelo vínculo que criamos. MUITO OBRIGADA!

O esporte universitário é LINDO! 

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