“Não é só futebol, não é só um jogo”. Essas frases são muito comuns quando o assunto é o futebol, e nós brasileiros que pela nossa própria essência vivemos desde pequenos essa paixão pelo futebol, sabemos que sim, nunca é só um jogo.
Mas hoje eu estou aqui para falar sobre as Atléticas. Não importa se é de engenharia, medicina, direito ou educação física. Não importa qual instituição, cidade ou estado, uma Atlética nunca será apenas uma Atlética.
Quem vive nesse universo sabe que nosso envolvimento e nossos sentimentos vão muito além de vestir a camisa e conquistar um jogo, e que as marcas de uma trajetória são fortes e eternas. As Atléticas desempenham um papel de família: recepcionam, acalentam, cuidam e abraçam. Há quem diga que não agregam em nada, mas isso meus caros amigos, realmente só quem vive esse amor incondicional sabe que muito além de acrescentar, as Atléticas tornam-se um pedaço que pulsa de nós, e o que elas nos fazem por dentro dos bastidores é tão incrível que eu sou suspeita para falar… mas acho que todo universitário deveria ter a oportunidade de sentir…
Nessa minha pequena (risos) caminhada de atlética eu pude provar desse amor, aliás, vivo todos os dias quando eu penso, planejo ou visto a XVIII de Março. E nessa mesma caminhada eu conheci pessoas e histórias que só me fazem acreditar e afirmar que ser parte de uma Atlética, seja torcedor, atleta ou diretor só te proporciona momentos de crescimento e amor.
Não é somente uma bateria que em 2009 eternizou um amor chamado Diego Gaiotto Tezotto. Idealizador da bateria que hoje carrega em sua homenagem o seu próprio nome, a Epidemia (Atlética das Engenharias da UEM) perdeu prematuramente Diego, “ele era um cara muito querido, queria muito o bem da nossa bateria, não se tratava apenas de mais um membro da Epidemia, era um dos caras que tinha idealizado tudo aquilo, e de uma hora pra outra foi como se o norte da bateria tivesse sumido. ” Descreve Thalita Schoffen, uma das ex-presidentes da Epidemia que acrescenta: “hoje carregamos na nossa camisa o nome dele que deve estar olhando por nós e sentindo muito orgulho de tudo que a Epidemia viveu, cresceu e evolui nesses 9 anos!”.
Não foi apenas uma atlética que abraçou o Breno Beloso há exatamente três anos atrás, que naquele ano, diretor do Bisão (Atlética das Engenharias da Unioeste Tol/MCR) e há quinze dias do Engenharíadas Paranaense, sofreu um grave acidente onde teve 31% do seu corpo queimado. Foram 21 dias de internamento e a gratidão: “o meu amor pelo Bisão só aumentou, mas também conquistei um amor maior que foi pelas Associações Atléticas, as mensagens e fotos que recebi das rivais me incentivando a melhorar e não desistir, foi fora do normal, coisas que achei que nunca ia receber de tal Atlética, de tal pessoa, e recebi”.
Não foi apenas uns jogos o JOIA Oeste de 2016, quando algumas horas antes do início do check-in das atléticas, a casa que servia como QG da comissão organizadora do presidente da época, Andrei Kazuma (Atlética das Engenharias XVIII de Março UTFPR Medianeira), pegou fogo quase que por completo queimando toda a premiação daquela edição junto com a casa. “Foi em meio a toda essa confusão de praticamente perder a casa e o autocontrole emocional devido a fatalidade, que eu pude sentir ainda mais forte o carinho, a preocupação e empatia tanto das pessoas da minha atlética que conviviam diariamente comigo, quanto da LAOP (Liga das Atléticas do Oeste do Paraná), pois o que não faltou foram amigos demonstrando que de forma alguma eu não teria de enfrentar o peso daquela situação sozinho”.
São relatos de saudade, gratidão, amizade, companheirismo e amor ao próximo. E agora eu pergunto para vocês, até onde vai o significado e o papel das Atléticas? Mas também respondo o que eu acho: o significado está quando você suspira de emoção, chora, comemora e sabe que naquelas cores nunca te faltarão mãos para te levantar, palavras pra te motivar e experiências para levarmos para vida toda!
Não era e nem é apenas uma bateria.
Não foi e nunca será somente atléticas.
Nunca será apenas jogos.
