Primeiramente, vou me apresentar. Meu nome é Julia França, faço Engenharia da Materiais na Universidade Estadual de Ponta Grossa, sou secretária da Atlética Los Bravos, sou apaixonada por Jogos Universitários e amo ler e escrever. Desde pequena minha mãe me incentivava a escrever (ela é jornalista, então já entenderam porque gosto tanto, né?) e, por isso, resolvi me aventurar e tentar a vida de blogueira. Vamos lá.
Todos os dias nós presenciamos mulheres guerreiras mostrando o que é ser mulher de verdade em suas casas, trabalhos e universidade e não damos o devido valor a elas – e muitas vezes fazemos ou falamos coisas para diminui- las. Esse texto é para enaltecê-las, onde quer que estejam, e mostrar que todas nós podemos fazer a diferença, seja dentro de um curso, no Centro Acadêmico, na Empresa Júnior ou na Atlética. Nesses anos de UEPG tive oportunidade de conhecer muitas mulheres maravilhosas, que correram atrás de seus objetivos e mostraram o que uma mulher é capaz de fazer.
Amanda Guimarães, EMa JR.
“Sejam fortes, “lutem como uma garota”, a nossa resiliência é o que nos faz crescer, mostrem que nada abala, e que sim, somos melhores, temos capacidade, podemos ser e fazer o que quisermos”.
Engenheira de Materiais pela UEPG, Amanda participou de vários projetos desde seu primeiro ano de Universidade. Em 2013, seu ano de caloura, entrou na Empresa Junior de Engenharia de Materiais (EMa JR) como Colaboradora de Projetos e também participava de um projeto de extensão que apresentava o curso em colégios e cursinhos, além de entrar em contato com ex-alunos para saber a situação do engenheiro de materiais no mercado.
Em 2014, tornou-se Diretora de Projetos e em 2015 foi Presidente, representando a empresa perante o curso e a FEJEPAR (Federação das Empresas Juniores do Estado Paraná). No ano seguinte, tornou-se Conselheira Executiva e Colaboradora de Vendas na EMa JR, Representante Discente do curso e Assessora de Eventos da FEJEPAR atuando como Coordenadora Geral do Ponta Jr (evento que reúne empresas juniores do Paraná inteiro, sediado em Ponta Grossa).
“O Movimento Empresa Junior é motivante, cativante e, com certeza, um dos mais inspiradores a se seguir. Iniciei em 2013, caloura, e sempre me mostrei muito ativa e interessada no quesito participação. Estava envolvida em tudo que a empresa oferecia, desde cursos, projetos, projetos sociais, confraternizações. Deste modo, comecei a mostrar meu nome. Cada vez mais eu queria que as pessoas soubessem quem eu era e me vissem como um exemplo ou boa referência a se seguir. Traçava como objetivo sempre melhorar e evoluir, aprendendo o que fazer, como fazer, como melhorar a minha situação e a do próximo ao meu redor. Assim fui crescendo, alcançando cargos, ganhando confiança e mostrando resultados”.
Amanda diz que durante o curso as mulheres nunca foram a maioria, principalmente por ser uma engenharia, mas que o maior desafio que teve foi durante o estágio. Ela assumiu um cargo de liderança num setor em que também não havia muitas mulheres e com uma equipe inteiramente composta por homens, em que muitos deles eram mais velhos: “o principal desafio foi ganhar o respeito, ganhar a confiança deles, mostrar que apesar de ser mais nova, de ser a única mulher, eu tinha sim capacidade para o cargo, tinha voz e atuação presente. Era uma situação que me tirava na zona de conforto. E eu consegui! Com o tempo, com pequenas ações, os resultados apareceram, encerrei meu estágio feliz em ver que além de todos os projetos que realizei, consegui alcançar o respeito e a confiança da equipe ao meu redor”.
Annyliese Serrano, Associação Atlética de Odontologia UEPG.
“A coisa mais importante é amar aquilo que você faz, porque dai em diante você vai fazer aquilo por prazer. Acredite em seus objetivos, trace metas para alcança-los, não desista e, se cair, levante, porque todo mundo cai. Seja grata e reconheça todos aqueles que estiveram ao seu lado, lembre-se que você não esteve sozinha nessa caminhada. Não fuja dos desafios, encare-os, pois eles te tornarão mais fortes. Confie em você, por mais que o mundo te diga que você não vai conseguir. Creia na sua capacidade de vencer e na sua força para lutar”.
Cirurgiã-Dentista pela UEPG, Anny assumiu muitos cargos em seus anos de Universidade, dentre eles em 2016 a Vice-presidência e em 2017, a Presidência da Associação Atlética de Odontologia da UEPG, Presidência do Centro Acadêmico em 2017 e Tesouraria da 1ª e 2ª Semana Acadêmica de Odontologia da UEPG.
Desde que entrou no curso e participou de eventos universitários, ela notou o quão bonito era o amor que os acadêmicos tinham por suas Atléticas e que isso não existia na Odontologia, além de diversas coisas que poderiam melhorar no âmbito esportivo e acadêmico. No começo foi difícil conseguir o apoio dos órgãos da universidade, pois muitos veem a Atlética como uma bagunça. Quando começaram a desenvolver atividades voltadas ao meio acadêmico as coisas melhoraram. Hoje, a Atlética de Odontologia conta com o apoio do Departamento, do Coordenador do Curso e dos professores, os quais até prestigiam alguns eventos festivos e esportivos realizados pela Atlética.
“Hoje eu olho para trás e vejo que eu e toda a família ODONTO UEPG passamos por muita coisa juntos: sorrimos, choramos, brigamos, amamos, comemoramos, cantamos, gritamos e torcemos juntos. Conhecemos novos lugares, novas pessoas, criamos novos conceitos e caminhos, tivemos decisões erradas e certas. Foram anos de muito aprendizado e hoje posso ver o quanto crescemos. Eu vi desconhecidos se tornarem amigos, eu vi amigos se tornarem uma família, eu vi pessoas se unirem por um único propósito, por um curso, por uma atlética. Eu vi atletas defendendo a camisa com garra e amor, eu vi um torcida gritar enfurecida e com muito orgulho embaixo de um bandeirão que antes ficava vazio. Eu vi uma bateria que mal sabia como segurar um instrumento conquistar um estandarte de ouro; eu vi uma equipe de cheerleaders que treinava no gramado ao lado do bloco M, sem saber nenhum termo técnico ou a maneira correta de fazer as coisas, dar um mortal nível 6 em uma competição nível 3 e no ano seguinte conquistar o 1º lugar no Desafio de Cheerleader do JOIA com muito esforço, dedicação e amor; eu vi um saque se tornar uma classificação para as semifinais, jamais vista antes. Uma atlética que chegou a ficar com o caixa no vermelho, hoje pode sonhar alto com o futuro. Eu vi uma semana acadêmica esquecida no tempo, nascer do nada e criar um reconhecimento enorme dentro e fora de ponta grossa, a mesma que juntou migalhas para existir e hoje tem condições de investir em melhorias para os próximos anos”
Pamella Françóia, Associação Atlética de Farmácia Valmir de Santi.
“Sejam mulheres guerreiras, persistam, batalhem e todo o esforço será recompensado”.
Farmacêutica formada pela UEPG e farmacêutica bioquímica no HURPG, Pamella é natural de Ibaiti e veio para Ponta Grossa em 2012, quando entrou na UEPG. Desde caloura, jogou vôlei, futsal e handebol por sua Atlética no JOIA, até que, infelizmente, em 2014 a AAVS encerrou as suas atividades. Em 2015, ela foi atrás de antigas gestões da sua Atlética e decidiu assumir a responsabilidade de reerguê-la.
Com um pouco mais de R$150,00 em caixa e pouquíssimas pessoas ajudando, ela surgiu com a ideia de realizar a 1ª Cervejada da Atlética de Farmácia UEPG. Com isso, conseguiram arrecadar um pouco de dinheiro, mas o próximo desafio era muito maior: pelejar uma vaga no JOIA.
Conhecendo poucos membros das diretorias das Atléticas da LAPG que, pela sua maioria composta por homens, Pamella reapresentou a AAVS na reunião. Recebeu críticas de “Atléticas grandes” sobre qual a certeza de que participariam dos jogos e não desistiriam novamente. Ela explicou que sua diretoria era nova, que aprenderiam a administrar desde cedo e teriam o conhecimento necessário para ensinar as próximas gerações e garantiu que o erro cometido pela gestão anterior não seria repetido. Eles foram aceitos e a arrecadação para pagar o JOIA começou. Ela conseguiu formar parcerias com o Centro Acadêmico do curso e com outras Atléticas, realizando eventos, amistosos e treinos.
“O desafio de conciliar a vida acadêmica de provas, trabalhos, jornadas exaustivas de aulas com a vida de Atlética, que incluía reuniões intermináveis e estressantes, recrutamento de atletas, treinos, orçamentos e serviços burocráticos, era extremamente cansativa, exigia muita paciência, gastos financeiros, etc. Porém, a sensação é indescritível ao sentir na pele a emoçãode todo sacrifício feito se tornando realidade, a alegria contagiante nos ginásios, quadras e festas. Participar de Atlética é isso, é alegria, é paixão, é stress, vontade de largar tudo e sair correndo, é cansaço físico e mental, mas chegar alguém até você e reconhecer todo seu esforço é extremamente gratificante. Sim, eu bati no peito, enfrentei pessoas que não acreditavam no meu potencial e posso dizer que hoje sou extremamente feliz pelo que fiz pela minha Atlética e tenho muito orgulho das pessoas que vestiram a camisa junto comigo e batalharam para estar onde estamos e ter o que temos”.
Zilda Mara Consalter, Centro Acadêmico Carvalho Santos (Direito UEPG).
“Penso que o que tenho a dizer a qualquer pessoa que acredite em seus ideais seja: sonhe, não desista e seja leal aos seus valores”.
Formada em Direito pela Universidade Estadual de Maringá, mestre em Direito Civil pela Universidade Estadual de Londrina, doutora em Direito Civil pela Faculdade do Largo de São Francisco – USP e, desde 2008, professora da Universidade Estadual de Ponta Grossa. No período de 2012 a 2015, atuou na Administração da UEPG, ocupando o cargo de diretora da Diretoria de Legislação da Pro-Reitoria de Graduação, sendo responsável pelo aprimoramento da prática de ofertar os diplomas a todos os formandos no momento de sua colação de grau (até então, o que ocorria apenas para os graduandos nas formaturas institucionais) e pela aprovação, reconhecimento e renovação de reconhecimento de todos os cursos da graduação da UEPG, tanto ensino presencial quanto a distancia. Desempenha projetos de pesquisa na área de direito contratual, direito e tecnologia e direito das famílias.
“Alguns dizem que a mulher que diz nunca ter sofrido preconceito é porque é muito distraída. De fato, em muitas ocasiões em minha vida – e como todas as mulheres que se propõem a fazer algo – sofri reprovação, preconceito, desestimulo e até retaliação. No entanto, devo dizer que jamais essas práticas fizeram com que eu estivesse abalada a minha vontade de seguir em frente e realizar aquilo que tinha me proposto. O exemplo de minha mãe – uma mulher à frente do seu tempo – sempre fez com que eu sequer tomasse conhecimento daqueles que estavam me impondo algum obstáculo. Definitivamente, recuso-me a me vitimizar. Faço da crítica um incentivo; do obstáculo, mais um degrau; da retaliação, uma desculpa para perseverar”.
Zilda, que realizou muitas atividades em prol das famílias da sociedade, acredita que as pessoas precisam desde o mais básico como a educação e a informação, quanto também precisam ter voz e visibilidade. Autora de 4 livros e projetos visando a difusão dos direitos civis para a comunidade, sempre obteve o apoio do Departamento de Direito das Relações Sociais e do Centro Acadêmico Carvalho Santos (CACS – Direito UEPG).
Estes foram alguns exemplos de mulheres que fizeram a diferença na UEPG, tanto no curso, quanto na Atlética e na Empresa Junior. Certa vez eu li a seguinte frase “she believed, she could so she did” e percebi o quão verdadeira ela é: se nós acreditamos em algo e podemos fazer, nós devemos fazer.
Muitas mulheres sentem-se desmotivadas devido ao julgamento da sociedade, “mulher não pode fazer tal coisa”, “isso é trabalho de homem”, dentre muitas outras frases que nós, mulheres, escutamos diariamente. O lugar da mulher é onde ela quiser, fazendo o que bem entender e usando a roupa que a fizer sentir-se confortável. Lembrem-se: não importa o que digam, nunca deixe de fazer o que você acha certo e o que te faz feliz. Muitas pessoas estarão te julgando e poucas, de fato, te apoiando, mas, se você acredita realmente na sua ideia, vá contra tudo e todos para alcançar os seus objetivos.
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