Você com certeza já ouviu diversas histórias de Baterias Universitárias, desse grupo de pessoas maravilhosas que levantam as arquibancadas nos jogos com seu batuque contagiante. Você acha que é só glória na vida dos ritmistas? Bom, nem tanto!
Vamos primeiro aos fatos mais dolorosos que só os batuqueiros dedicados sabem.
Surdo:
Tocar surdo pode parecer ser simples, e é na verdade
(só disse verdades), porém, o surdo é o instrumento mais pesado da bateria, haja costas e canelas para aguentar o samba. É comum os surdeiros saírem com marcas nas canelas e dores nas costas, dependendo da sua euforia pode até sair com suas canelas cheias de machucados.
Repique:
O repique é um dos instrumentos que adora causar uma intriga nos ensaios, porém seus tocadores também carregam uma marca, as bolhas e machucados na mão de fazer o slap, a batida com a mão que vai metade no aro e na pele do instrumento.
Tamborim:
O tamborim é um dos instrumentos mais difíceis de se tocar, ao longo do seu treinamento é normal você ganhar alguns calos e machucados na mão que segura o tamborim, além claro da dor no braço para manter o andamento do samba.
Rocar/Chocalho:
O Rocar/Chocalho parece ser simples né, é só chacoalhar e pronto, bom, não é bem assim, haja braço e coordenação para manter esse instrumento no samba reto.
Agora vamos as Curiosidades que diversas baterias já passaram e passam, porque só a gente sabe os perrengues que enfrentamos no dia a dia de ensaios!
Para descobrir essas curiosidades fui as mais profundas lembranças dos ritmistas do nosso norte paranaense, e perguntei a eles as curiosidades de suas respectivas baterias.
- A Lolloteria UEL: se chama assim por causa do chocolate
(é o que dizem), a Bateria nasceu na união do pessoal de Farmácia e Exatas UEL, onde o pessoal de Farma tinha os instrumentos, porém, não tinha ritmistas para tocar, e o pessoal de Exatas que tinha ritmista que sabiam tocar porém não tinham instrumento(todo mundo ama essa vaquinha maravilhosa). - A Badelírio UEM ensaia para desafios em um local muito diferente, porém perspicaz, eles ensaiam em uma escola para deficientes auditivos na cidade.
- Em um dos primeiros shows da Bateria Gorilada UTFPR-LONDRINA, os cabos de energia não deram conta das caixas de som e pegaram fogo
(misericórdia), e como se viraram?, os ritmistas cantaram e tocaram para encerrar a apresentação.
- A Bateria Demônios da Lagoa UEL já tocou em uma igreja, porém para tocar lá teve que tapar o nome demônios em todos os instrumentos.
- Na Tubatuque UEL, na seletiva mandava os calouros cantar parabéns e bater palmas ao mesmo tempo, se saísse do ritmo estava fora.
- Na Exateria UEM, um ritmista , surdeiro, quebrou uma baqueta durante a apresentação, normal, lhe deram outra baqueta, porém, ele quebrou essa nova baqueta também, resultado? Terminou a apresentação tocando o surdo só com as mãos.
A Bateria pode parecer zoação para muitos, mas para um grupo mais apaixonado pelo ritmo ela é uma válvula de escape, um lugar feliz no meio do caos da faculdade.
- Olha essa história que a da Natália Moraes da Exateria UEM compartilhou com a gente;
“Teve um dia no meu primeiro ano de faculdade, eu cheguei em casa com pensamentos negativos sobre o curso e vontade de desistir porque as coisas estavam muito difíceis, daí em meio a esses pensamentos fui pegar a minha bolsa, nisso minha baqueta deu uma tombada pra fora do bolso, ver ela me fez lembrar na hora da bateria (que eu ainda era caloura a pouco tempo) e essa cena me fez pensar em continuar na faculdade e não desistir do curso, pois isso me faria desistir da minha família na Bateria”.
As Baterias, assim como as Atléticas, Cheers entre outros, são instâncias importante dentro de uma universidade, levando o estudante a um novo conhecimento, diferente daquele que o professor passa na sala de aula, apresenta novas pessoas ajudando a criar novos laços com pessoas que nunca imaginou ter dentro do espaço universitário.