Por muito tempo, a prática do Cheerleading e seus atletas sofreram grandes preconceitos e foram mal interpretados por uma grande maioria. O termo “cheerleader” foi constantemente associado a meninas animadoras de torcida, com seus pompons balançando no alto e suas roupas características, torcendo por algum time de futebol. Hoje, apesar de ainda existirem episódios similares por parte de alguns, a prática vem sendo reconhecida cada vez mais e ganhando seu espaço nos mais diversos meios. Entretanto, apesar dessa barreira ter sido superada, hoje em dia o Cheerleading enfrenta outro obstáculo importantíssimo: seu reconhecimento COMO UM ESPORTE pelas atléticas, CO’s, Ligas e pela sociedade no geral.

Agora você que entende um pouco mais do assunto me pergunta: Mas o Cheerleading já não é considerado esporte por instituições internacionais responsáveis por isso? SIM, esse é o X da questão! O reconhecimento de esportes, sejam eles quais forem, não cabe a mim, à sociedade, às atléticas ou à organizadores de campeonatos. Durante os anos, o esporte vem recebendo seu reconhecimento ao redor do mundo:
– Em 2012 o Sport Accord, organização que reúne todas as federações internacionais de esporte, com mais de 90 membros, reconheceu o Cheerleading como esporte.
– Em 2016, o conselho executivo do Internacional Olympic Comitee (Comitê Olímpico Internacional) votou e reconheceu o Cheerleading como esporte. Nesse ano, cheer estava entre outros 17 pedidos de reconhecimento e apenas outro esporte foi reconhecido: o Muay thai
– O reconhecimento pleno como Esporte Olímpico e sua inclusão direta nos jogos Olímpicos deve vir até o ano de 2020, como parte da Agenda 2020 do presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach.
– Em 2017, a Global Association of International Sports Federation, entidade responsável pelas federações internacionais de esportes, incluiu a International Cheer Union (ICU), entidade responsável pelo Cheerleading que possui mais de 100 de federações nacionais, com cerca de 4,5 milhões de atletas inscritos, como membro pleno.

Dessa forma, podemos perceber que o debate que existe atualmente sobre Cheerleading ser ou não um esporte não é válido, visto que o mesmo já é reconhecimento internacionalmente. Porém, no mundo universitário enfrentamos um tabu muito grande: incluir o Cheerleading como modalidade esportiva nos jogos. Esse passo seria de grande importância para as equipes universitárias e eu explico certinho para vocês o porquê. Apesar de muitas equipes receberem um apoio significativo das atléticas e seus diretores, como dinheiro, presença em treinos, torcida em competições e reconhecimento dos integrantes como ATLETAS, por outro lado existe um grande número de equipes que se desdobram em mil para existir, pois não possuem qualquer tipo de contribuição.
É exatamente por isso que os membros da CO do Campeonato de Cheerleading do Engenharíadas Paranaense, em conjunto com os inúmeros atletas da modalidade que buscam por esse reconhecimento dentro da própria atlética, estão lutando para que isso aconteça. De acordo com Rafael Gomes, vice-presidente da CO e atleta da equipe Campeã do EP de 2018, Diablezas: “O reconhecimento do Cheerleading como modalidade no Engenharíadas Paranaense é um grande marco a nível nacional, por se tratar de um esporte de alta performance, que exige muito esforço e envolve muitos riscos. Vai ser muito gratificante para as equipes receberem essa visibilidade e reconhecimento por parte de suas atléticas. Além disso, vários outros jogos conhecidos no RJ e MINAS, por exemplo, já estão com o Cheerleading contando como modalidade na pontuação geral. É necessário nesse momento um bom diálogo, porque o campeonato e a seriedade com que ele é feito já merece com toda certeza esse reconhecimento, a prova disso, é que as rotinas universitárias mais famosas dos últimos anos no Brasil, estão nele”.

O mais interessante disso tudo é que caso isso realmente aconteça, o crescimento do esporte no estado seria gigantesco. Imaginem se os times de Cheerleading recebessem o mesmo apoio que os demais esportes da sua atlética? Imagina ter toda aquela torcida vibrando por cada movimento dentro do tatame? O incentivo seria significativo, valorizando cada vez mais o esporte e abrindo ainda mais espaço no dia a dia de todas as atléticas.
Claro que muitas coisas precisam ser pensadas, analisadas e adaptadas para isso acontecer e muita conversa ainda tem que rolar. Mas fica aqui a nossa dica para as atléticas e CO’s de todos os jogos universitários. Quem sabe ano que vem a gente não vê o Cheerleading conquistar seus tão sonhados 12 pontos!


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