Você sabia que quase 24% da população brasileira possui alguma deficiência? Tenho certeza que essa proporção não é vista em muitos ambientes que nós participamos. Como aqui a gente gosta muuuuito de falar sobre universidade, bora usar esse exemplo: quantas pessoas com deficiência fazem parte da sua faculdade? Do seu curso? Da sua turma? Já parou pra pensar o motivo que deixa tantas dessas pessoas de fora do meio universitário? Se a resposta for não, você tá no lugar certo!
As dificuldades de uma pessoa especial no meio universitário começam geralmente nos vestibulares. Mesmo em tempos globalizados, onde se ouve falar em acessibilidade a todo tempo, muitas instituições não fornecem certos auxílios necessários para a realização da prova por uma pessoa com deficiência, auxílios esses que vão desde provas ampliadas, até o auxílio ledor para portadores de deficiência visual ou mesmo dislexia. Um forte exemplo disso é o número baixíssimo de instituições que possuem um sistema de cotas para portadores de necessidades especiais.
Já na faculdade os problemas que envolvem a adaptação de ambientes são gritantes. Muitos locais da universidade são inacessíveis por pessoas especiais, isso cria um sentimento de exclusão imenso. Ambientes adaptados, tendo em vista essa parcela da população, certamente facilitaria, em partes, resolver o problema da inserção de pessoas especiais nas universidades.
Contudo, um dos maiores problemas enfrentados por deficientes no meio universitário é o despreparo de muitos profissionais quando se remete a este grupo. A maneira de conduzir qualquer atividade típica neste ambiente, muitas vezes não é o adequado para um portador de necessidade especial. Isso implica na necessidade de recursos e auxílios específicos para este público, como por exemplo a disponibilização de materiais em outros formatos, como braile; a ampliação de letras no conteúdo de uma aula ou até mesmo a adoção de profissionais em uma sala de aula com o intuito de acompanhar o aluno especial. Uma iniciativa que pode proporcionar um ambiente mais acessível é a produção de autodescrição de materiais audiovisuais como televisão, cinema, dança, artes visuais, etc. Isso permite o acesso de portadores de deficiências visuais a tais matérias que são comuns no meio universitário e carregam consigo uma grande importância neste ambiente.
Muitas iniciativas, além das citadas, já vem sendo praticadas em algumas faculdades do Brasil, porém, ainda caminhamos a passos lentos. Nos últimos 10 anos, o numero de matriculas realizadas por pessoas especiais teve um aumento de mais de 500%, segundo o INEP, porém, este numero não corresponde nem a 0,5% na quantidade de ingressos totais nas instituições de ensino do país.
Essa barreira referente a inclusão pode ser minimizada com pequenas atitudes que compõe o nosso cotidiano. A empatia, a solidariedade e a motivação podem trilhar um novo caminho a pessoas tão acostumadas com obstáculos.