A influência da Atlética para um atleta dentro de quadra!

 

Quatro dias longe de casa. Quatro dias em um estado diferente. Quatro dias disputando o campeonato em modalidades diferentes. Já havíamos treinado o semestre todo e estávamos muito confiantes. Bom, eu estava realmente bem confiante, nada poderia dar errado e com certeza iríamos ganhar.

Alojamento. Conhecer pessoas diferentes, lugares diferentes e as festas. Era uma experiência maravilhosa, e com certeza ainda é. A CIA, Copa Inter Atléticas realizada na cidade de Uberaba – MG, a qual reúne cerca de 71 atléticas, me ensinou muitas lições.

Faltava apenas uma semana para o grande campeonato. Nesta uma semana acabei indo para o hospital: resultado? Virose. Eu fiquei realmente muito nervosa, mas não iria deixar de competir. A vontade de ganhar era maior que tudo. Para nosso azar, algumas das nossas integrantes tiveram dor de garganta aguda, inflamação de ouvido entre outros males que nos atingiram no início do campeonato. Mas tínhamos treinado muito naquele semestre e decidimos continuar em frente.

Em nosso primeiro jogo veio nossa primeira vitória. 3×2 no futsal. Vibramos, a torcida comemorava muito e a sede de ganhar só aumentava. Porém, o ritmo era pesado, teríamos mais dois jogos ainda para disputar, e como não tivemos muitas atletas para cada modalidade; o time era o mesmo em futsal, vôlei, handebol e atletismo.

Então lá veio a disputa no handebol. E foi bem difícil, já não tínhamos mais resistência (eu me sentia cada vez mais fraca por conta da virose). Acabamos perdendo nas demais modalidades. Mas foi  a partir daí que começou todo o aprendizado sobre o que se trata realmente uma atlética. Os últimos dois dias foram terríveis e maravilhosos ao mesmo tempo.

Último jogo para o time feminino de futsal. Pegamos um time muito forte. Já estávamos cansadas e desanimadas pelas derrotas que enfrentamos, começamos a perder e pior, começamos a brigar demais. Minha vontade era de chorar, estava com vergonha do placar que constava 4×0. Começamos a ficar nervosas, e muitas discussões começaram. Mais dois gols, 6×0.

Eu iria sair da quadra naquele exato momento, estava já com muita raiva e não queria olhar no rosto de ninguém, até que nossa atlética, que foi em peso para torcer, começou a gritar “EU ACREDITO”. Eu olhei para eles, todos sorrindo, e a partir dali percebi que não se tratava de ganhar ou perder, era a união que fazia a diferença, era a alegria de estarmos todos juntos, não importava o resultado final. Perdemos, infelizmente, mas em troca ganhei uma experiência inimaginável.

Nos dias seguintes comecei a me sentir muito mal. A virose piorou. Simplesmente não parava de vomitar, até chegar ao momento em que não conseguia andar direito. Nestes dias só tenho a agradecer o apoio que praticamente todos da atlética (diretores e sócios) me deram. Nunca poderia imaginar tamanha solidariedade. É neste ponto que destaco o significado de uma atlética: amor. Amigos (que brigamos por motivo do jogo e outros fatores) e pessoas que não me conheciam se dispuseram pra me ajudar. Muitos perderam horas de festas para estarem no hospital comigo. Ligavam toda hora para saber como estava. Compraram remédios, gastaram com táxis, comida, emprestaram cama e várias outras coisas. Bom, perdi as festas, perdemos jogos, mas ganhei muitas lições.

Esse é o significado da atlética, e essa é a importância dela na vida acadêmica das pessoas: aprender o que é solidariedade, a trabalhar em equipe. Brigas vão sempre existir, o importante é saber como lidar com elas e entender que estamos todos juntos para uma mesma causa: tornar nossa atlética cada vez mais forte e unida.

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