Com certeza o momento mais esperado do ano em se tratando da vida de uma atlética e de seus associados é a competição externa que vão disputar. É só pensar, uma espécie de excursão em que a galera da sua universidade/faculdade vai toda junta, caracterizada (tirante, caneca, camisa, boné, samba canção e tudo mais), pra poder competir e honrar a camisa, as cores e o nome que fazem parte e tanto amam. Tudo isso com muita competitividade e festa. Bixo, só pode ser do caralho!
Além de que, uma competição externa contribui infinitamente para o crescimento da Atlética, pois periodizar o planejamento de gestão para que tudo saia nos conformes para o evento garante mais eficiência e produtividade. A venda de pacotes, de itens e produtos, o espírito esportivo e de união ali nos jogos fomentado, as historias, as experiências… É de uma riqueza sem igual participar de uma competição dessas! Porém, algumas muitas atléticas não possuem uma competição universitária que possam fazer parte e participar.
Um movimento que tem crescido tanto (Movimento das Atléticas) em que todos os alunos querem ser representados por uma associação e poder curtir, treinar, competir, vestir, estampar e viver todas as alegrias que isso proporciona, não tem, justamente por esse crescimento e surgimento de muitas novas atléticas recentemente, AINDA, jogos e competições externas para que todas participem. Fora que muitos dos que surgem estão, naturalmente, muito embrionários e perdidos quanto a formalização e organização desses Jogos e dessa Liga.
Em um jogos universitário a felicidade e alegria são plenas! São 4 dias bem intensos! Mas, isso todo mundo já sabe… o que alguns esquecem ou não sabem é que pra rolar tudo isso, uma competição com várias universidades e com tanta organização, é preciso MUITO trabalho, muita organização e muita vontade de fazer acontecer. Uma vontade que não será suficiente se ela não for ordenada, conjunta e compartilhada entre as atléticas participantes (uma LIGA).
Então, vocês que ainda não tem uma competição externa para ir e estão com dificuldades para criar uma liga com as atléticas de cursos equivalentes, – ou, que seja de cursos distintos – ou até já possuem uma liga de fato formada, mas estão tendo problemas em organiza-la, em estabelecer regras e um modo de crescimento definido para a própria liga e para o evento. Então fica com a gente aqui porque vamos trocar uma ideia sobre um assunto basilar, importantíssimo e fundamental pra que a parada funcione.
É claro! Vamos começar por um bom e velho ESTATUTO! Para começarmos a falar no assunto, vamos estabelecer aqui um RASCUNHO do que é preciso ter nesse estatuto da LIGA de vocês. Vamos aos itens: 1 – finalidade; 2 – Quem pode participar; 3 – como organizar o evento.
Conheço gente que até treme quando se fala nesse assunto (ESTATUTO), afinal, pode ser muito chato e desgastante para uma atlética o processo de criação, aprovação e formalização do estatuto da associação – imagina para uma liga – Mas, é um instrumento necessário para dar garantias aos dirigentes e aos associados, mais credibilidade à Atlética e, principalmente, estabelecer o modo, formas e termos da gestão da Atlética.
Agora, saiba que uma LIGA (leia-se, união de várias atléticas com um proposito em comum) é, também, uma Associação, em termos muito semelhantes que a própria atlética, porém, invés de ter alunos dos cursos representados como associados tem as próprias Atléticas como membros.
A própria finalidade de ambas é semelhante, a atlética quer a união e integração dos alunos, seja pelo esporte ou por eventos festivos e culturais, uma LIGA quer a mesma coisa, só que em um âmbito maior (regional, estadual, nacional e o que seja), porém, uma LIGA faz essa integração por meio de um evento, geralmente anual, os jogos/competição externas (ex: Jogos Jurídicos, Engenhariadas, Economiadas e tantos outros).
Por isso, o ponto inicial é estabelecer essa finalidade, o âmbito de atuação e qual será o evento criado por essa LIGA e quando vai ocorrer, quantas vezes no ano, com qual periodicidade, se ela vai ser itinerante ou em um local fixo, se vai ser cada ano na cidade de uma Atlética participante da Liga e por aí vai. Assim, já se saberá que o fim comum dessa união de atléticas é a promoção desse evento, o restante que vem a seguir são os meios de cumprir essa finalidade. É ai que vem o trabalho hehe
Feito isso, você vai ou em sequência – ou ao mesmo tempo – ter definido quem pode e poderá participar dessa Liga. Com essa definição vai vir as seguintes perguntas: Como se associa à nossa Liga, o que precisa ser e ter? O que queremos criar? Geralmente isso é mais orgânico do que pensado, é uma coisa que é óbvia conforme a realidade e possibilidade de cada evento. Mas, mesmo assim, é preciso estar bem definido e contido claramente no estatuto (que é a lei que rege o evento e a liga).
Como já se definiu a finalidade, já se sabe como vai ser o evento. Será uma competição de Atléticas só dos cursos tais, pré-definidos (só direito, só medicina…), ou será liberado todos os cursos e atléticas aleatoriamente.
Saiba o que querem em respeito a isso e estabeleça um modo de entrada nessa liga e, consequentemente na competição. Faça isso previamente para que todos estejam sujeitos às mesmas regras e em conformidade com um critério igualitário e justo. Além do modo de entrada, é preciso também estabelecer as regras de permanência na Liga e até também as hipóteses de exclusão – isso é importante em amigo!
Há quem diga que uma competição vai ser de maior identificação e competitividade se essa for entre atléticas de cursos equivalentes. Há quem diga que isso restringe o perfil do público a um mais especifico e por isso limita o evento… Ou seja, entre tantos prós e contras em cada modelo de LIGA e proposta de evento só se pode concluir uma coisa: faça o que é mais adequado e apropriado e possível para que sua atlética viva um jogos externos do caralho!
A formação de uma LIGA geralmente é muito orgânica, converse com algumas atléticas, topam fazer algo entre elas, estabelecem locais, festas, as modalidades e a coisa acontece, no outro ano acontece com mais organização, com mais atléticas e por aí vai. Só crescendo! Então mesmo se tiverem dúvidas e não tiverem condição de estabelecer essas regras de inicio, façam! Pois ai as coisas vão começar a ficar mais claras e o próprio andamento da coisa vai dizer como ela deve ser regulamentada em um estatuto.
Feito isso, terá que ordenar, também, como se organizará o evento. Você já deve saber que quando se coloca muita gente pra realizar algumas tarefas e estabelecer prioridades e sequencia de trabalhos, isso pode ser muito pouco produtivo. Pois o próprio número de pessoas em excesso torna todo o funcionamento improducente.
Então, no que concerne a como organizar o evento uma dica é: CRIE UMA COMISSÃO ORGANIZADORA prevista e delineada em estatuto.
Essa comissão (C.O) deve ser de número adequado para o volume de demandas ao longo do ano e do processo de organização do evento. Então tenha um capítulo no estatuto que regule como se integra essa comissão, quem pode, as regras de candidatar, votar e eleger os representantes dessa C.O. Escolham os cargos adequados, é necessário, por lei, que se tenha em uma associação (como é a LIGA) no mínimo, um Presidente, um Tesoureiro e um Secretário. Porém, pode ser conveniente ter representantes para a temática esportiva, de marketing e relações públicas e tantas outras que acharem conveniente.
Além disso, estabeleça as datas e prazos de cada gestão, de cada edição do ano, de cada reunião e aí o evento vai começar a se desenhar mais concretamente.
Uma liga forte é uma liga alinhada com o que quer fazer e aonde que chegar e, por isso, o modo de organizar o evento deve ser condizente com o que querem fazer. É aquela velha ideia de fazer hoje o que quer ser no futuro, porque ele começa agora. Então, por mais que seja desgastante, reúnam a LIGA com certa frequência, trabalhem em ideias em formas de fazer acontecer e a coisa vai se desenvolver, o evento e as atléticas participante só tem a crescer com isso.
Outro ponto a se estabelecer quando se fala na organização é o modo de contratação de uma empresa privada, especializada em produção de eventos, que vai ser uma terceirizada pela liga na produção do evento – caso claro, for necessário e adequado para a liga.
Uma diferenciação importante que devemos nos atentar é que o Órgão Soberano de uma liga é a Assembleia Geral, ou seja, todas as atléticas ali pertencentes a Liga e não a C.O, como confundem alguns. A C.O é encarregada das demandas ordinárias e deve, em toda situação e hipótese extraordinária, remeter a decisão à Assembleia Geral, seja em reunião ordinária (com data pré-definida em estatuto) ou extraordinária (marcada conforme conveniente e necessário). Ou seja, a C.O deve realizar aquilo que o estatuto diz que ela deve realizar, com sua própria margem de escolha e de guiar os trabalhos.
Portanto, a C.O não pode contrariar a vontade coletiva da Assembleia Geral e o contrário também é verdade, ou seja, se a C.O é legitimada para realizar, optar e gerenciar tais demandas pelo estatuto, a Assembleia não pode contrariar. Afinal, a assembleia geral discutiu, votou e estabeleceu as clausulas do estatuto e esse deve ser seguido. Caso contrario, poderá se alterar a vontade geral da liga conforme a conveniência para algumas atléticas e é exatamente para não gerar essa insegurança e incerta que o estatuto existe – ta vendo a importância do bixinho!
Vocês vão perceber que o que cada atlética quer individualmente para o crescimento de cada uma delas vai perpassar, necessariamente, em um crescimento da Liga e de todos que lá estão! Até dos rivais?! Claro! O que seria de uma atlética sem um bom rival para que todos os alunos queiram se superar e ficar na frente daquela maldita faculdade haha
Isso tudo está presente em uma Liga e, por isso, essa é uma COALISÃO entre as Atléticas participantes em que se tem que mirar no crescimento do evento realizado, o que exige crescimento das delegações, crescimento do nível esportivo. Ou seja, crescimento das atléticas ali presentes.
Então um estatuto que permita e entenda a realidade de todas as atléticas é importantíssimo. Não adianta estabelecer termos e condições que essa ou aquela atlética não vão poder cumprir e serem obrigadas a deixar a liga e prejudicar o evento. Saber da historia, realidade e possibilidades de cada atlética é um ponto importantíssimo e, ter regras justas quanto a isso é necessário em um estatuto.
Seja no momento de formação ou no momento de crescimento e consolidação do evento e da Liga, o estatuto vai ser imprescindível. Então, uma dica importante, reúna todas as atléticas envolvidas em uma reunião presencial, em um local a ser escolhido e, que todas vão com o conteúdo já previamente estudado, sabendo o que querem para essa LIGA. Por isso, observem estatutos de outras Ligas Universitárias, aproveitem o que vai valer para a realidade e projeto de vocês e criem, mesclem de acordo com o que querem.
Como cada evento e cada liga são muitos específicos, dicas mais concretas podem ser trocadas em diálogo. Então, caso queira, deixa um comentário, uma pergunta, manda o problema pra gente que faremos o melhor pra ajudar! Abraço a todos!
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