Nos últimos dias uma onda de debates e discussões políticas vem tomando conta de nosso cotidiano. Diante da crise política e das incertezas que vivenciamos, este tema é muito discutido no ambiente universitário. Mas em meio ao caos fica a dúvida: é papel de uma atlética se posicionar politicamente? Bora trocar uma ideia sobre isso?
Uma associação atlética acadêmica se enquadra como uma instituição presente na universidade a fim de desenvolver a parte esportiva, bem como a integração do acadêmico à faculdade. Em todos os cursos, por mais seletivo que seja, pode-se encontrar os mais diversos tipos de alunos possíveis. Este fato carrega pra dentro de uma atlética uma enorme diversidade entre seus associados, desde aquela pessoa que simpatiza com o lado A, até aquela que defende o lado B. Estes “lados” estão presentes em diversos temas do nosso cotidiano, como por exemplo a religião, o gosto musical, o futebol e principalmente a política. Reconhecendo a pluralidade de uma atlética, vale a pena tomar posição por um certo “lado”?
Muitas AAAs têm esta questão resolvida já no regulamento, como é o caso da AAACSU (Atlética Comunica Uniube): “defender os interesses dos membros sem qualquer distinção de raça, cor, nacionalidade, credo, gênero, sexo, sexualidade, convicções políticas, religiosa e sociais” é o que defende o artigo 5º de seu estatuto. Segundo Júnia Queiroz, diretora da atlética em questão, o posicionamento da instituição implica na quebra do artigo que garante a igualdade e inclusão de todas na atlética.
Com todo clima de ódio implantado em nosso ambiente, também é muito comum atléticas que decidiram tomar um certo posicionamento. O radicalismo e ódio que está sendo difundido é o que justifica este tipo de ação. Este ato tem uma função social importantíssima, pois evidencia o alerta da população jovem/universitária à questão política; porém, deve-se levar em consideração a variedade de opiniões dentro de uma instituição como a atlética. Sendo assim, tomar um ideal para atlética é perigoso no que diz respeito à democracia dentro desta. Temas do tipo não devem ser decididos por diretoria ou afins. O respeito deve ser o caminho mais correto a ser tomado.
A proteção da liberdade de expressão deve ser garantida no meio universitário, e antes mesmo de dizer, uma atlética deve se dar ao direito de ouvir. A inclusão no nosso meio deve ser enaltecida em momentos como esse, sendo a integração um princípio inviolável dentro da instituição. Esta conjuntura não fecha os olhos para discursos de ódio, preconceito e radicalismo que são empregados por muitos em nosso meio.
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