Suor em ritmo de batuque: o mundo das baterias universitárias!

baterias universitárias

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“TAGARAGADÁ TUM DUM” – É só ouvir um surdo batendo ou um tamborim puxando uma batucada que muita gente se arrepia. E quem pensa que só existe bateria boa nas escolas de samba da elite do carnaval está MUITO ENGANADO! Hoje em dia, as atléticas universitárias possuem baterias extremamente profissionais que deixam muita gente de queixo caído e com as palmas das mãos ardidas de tanto aplaudir.

As baterias universitárias, além de serem fundamentais no apoio aos jogos das atleticas nas arquibancadas puxando os gritos da torcida, também participam de competições locais, estaduais e até nacionais. São também atrações musicais de grandes festas, eventos, formaturas e fazem shows espetaculares. E você, já parou pra pensar como funciona uma bateria universitária? O Integraê foi atrás de algumas feras para tentar esclarecer um pouco mais do assunto.

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Uma das primeiras personalidades que conversamos para desvendar esse mundo das baterias foi o Diego Fernando, mais conhecido como Mestre Bahia, da Bateria Tourada, vinculada a Associação Atlética de Engenharia Los Bravos UEPG. Diego participa da bateria há 6 anos e durante 4 anos foi mestre, colecionando títulos como dos desafios de baterias do JOIA (Jogos Inter Atléticas de Ponta Grossa) e mais recentemente do desafio de baterias do Engenharíadas Paranaense. Além disso, coleciona títulos individuais, como de melhor mestre e estandartes de instrumentos em diversas competições. “A música sempre esteve presente na minha vida desde criança, e quando cheguei na universidade me apaixonei por tudo isso. Nela construí minhas maiores amizades. Os ritmistas acabam se tornando uma família já que na maioria dos casos, nós os vemos com muito mais frequência do que nossa própria família de sangue”. – Relata Diego quanto a importância da bateria em sua vida. A bateria da tourada, hoje dividida em equipe principal (ritmistas que participam dos torneios e shows) e acesso (ritmistas de base que farão parte posteriormente da equipe principal), realizam pelo menos 2 ensaios semanais cada, com o intuito de aperfeiçoar as técnicas e apresentações.

Diego também explica que a bateria, assim como as próprias atléticas, possui uma estrutura organizacional, com cargos diretivos, com o intuito de dividir tarefa. Desta forma, a bateria possui um estatuto e os membros se dividem entre presidência, diretor de patrimônio, de eventos, marketing, tesouraria, etc. Na foto abaixo, Diego Fernando, juntamente a Bateria da Tourada, durante a apresentação vencedora do desafio do Engenharíadas 2016.

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Nosso outro entrevistado foi Victor Machado, ritmista da Bateria Epidemia da Atlética de Engenharia da UEM. Outra bateria vencedora no Paraná, possui 5 títulos do JOIA Maringá e 2 do Engenharíadas Paranaense. Conhecido como Sr. Incrível, Victor explica como funciona a organização dos campeonatos e desafios: “Para os desafios temos uma liga de baterias onde as decisões são feitas em conjunto com as baterias, temos um estatuto que rege a competição em si e a premiação. Sempre priorizamos na escolha de jurados para as competições e convidamos alguns mestres de Escola de Samba, seja de SP ou RJ”.

Victor também acrescenta que existe atualmente uma tendência em trazer ex integrantes de baterias universitárias, que hoje atuam como ritmistas de escolas, para serem jurados, visto que os mesmos conhecem as particularidades das baterias competidoras. O Sr. Incrível, além de coordenar o surdo da Bateria Epidemia, foi Presidente da Liga de Baterias do Engenharíadas Paranaense e do JOIA Maringá por dois anos. Quanto a agenda de compromissos da Bateria, além dos desafios já mencionados, a Epidemia realiza inúmeros shows: “Esse ano já fizemos por volta de 25 shows entre formaturas e cervejadas nas cidades vizinhas. Temos mais 7 shows programados já para esse ano ainda e um para 2018”, aponta Victor.

Na foto abaixo, a Bateria Epidemia, “braço-direito” da forte atlética de Engenharia da UEM, durante uma de suas feijoadas de concentração pré-Engenharíadas.

epidemia

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Por último, mas não menos importante, o companheiro André Alvares, também conhecido por “Melado”, mestre da Bateria Engrenada da Atlética de Engenharia da UFMG desde sua fundação. André leva o assunto bateria a sério e tem como profissão ser mestre. Na sua empreitada com a Engrenada, a maior conquista veio recentemente com o titulo do Engenharíadas Mineiro em 2016.

Melado também explica sobre a aquisição de instrumentos pela bateria e da importância do zelo com cada um dos investimentos: “A verba para compra de instrumentos vem da mensalidade que cada ritmista paga para ter as aulas de percussão, auxílio da atlética e shows contratados. Zelamos muito pelo cuidado com cada instrumento pois a maioria é patrimônio da bateria, com usufruto de qualquer membro. Temos uma diretoria de quadra que é responsável por sempre averiguar estado de conservação, necessidade de manutenção, aquisição e/ou troca”. Importante acrescentar que em muitos desafios/competições, o vencedor recebe um prêmio em dinheiro, muitas vezes vinculado a aquisição de novos instrumentos. Além disso, o Melado também complementa sobre a visão das pessoas quanto as baterias universitárias: “A valorização das baterias universitárias vem de um processo relativamente recente. No início, havia uma visão como apenas ‘alunos querendo fazer barulho e bagunça, de forma desorganizada’. Hoje em dia, muitas baterias investem bastante dinheiro na contratação de professores qualificados, em instrumentos e uniformes, e dedicam muito tempo para realmente aprender o instrumento”.

Logo abaixo, o Mestre Melado realizando uma oficina pela Engrenada no ano passado.

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E você, ritmista, mestre ou admirador do famoso batuque universitário, curtiu o texto e as opiniões dos nossos entrevistados? Comentem abaixo e compartilhem!

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