Desde que entrei na faculdade, em 2013, ouvia falar muito bem do time de handebol masculino da nossa querida e amada (não por todos) UEM e dos grandes shows que aconteciam em quadra: rolava até uma rixinha com as outras modalidades, pelo fato de o handebol da Epidemia ser a modalidade coletiva que mais ganhava títulos.
Assim como nosso time, existiam outros que também eram fortes na competição e essa rivalidade sempre dava um incentivo a mais para o time. Atléticas como a Unioeste Foz, UEPG e UTFPR de Pato Branco sempre estiveram ali junto com a UEM na briga pelo título. Até que no Engenharíadas Paranaense de 2016, realizado em Maringá, algumas pessoas da FAG começaram a colocar muita pressão, dizendo que o time deles estava muito forte e que eles seriam os campeões naquele ano.
O time da UEM cruzaria no chaveamento com a FAG apenas na semi-final. O maior comentário que ouvíamos sobre esse jogo é que seria uma final antecipada, por serem os dois times mais fortes dentro do EP, claro que sem desmerecer nenhum dos outros times. Foi realmente um baita jogo! E por 3 bolas de diferença, o time da UEM se classificou para a final contra a UFGD, momento em que se consagrou campeão.
Com o Engenharíadas em 2017 sendo realizado em Cascavel, a realidade seria diferente, jogar a final contra a FAG na casa deles, seria um grande desafio. O que não contávamos é que por uma punição, nossa torcida seria proibida de assistir à final, logo ela que sempre foi um jogador a mais em quadra nos momentos mais difíceis. Pessoas da diretoria da FAG falavam que gostariam que nossa torcida estivesse presente porque mesmo assim eles ganhariam o jogo. A UEM não conseguiu levar a torcida e foi derrotada pela FAG naquele dia, não que esse seja o único motivo que levou ao resultado, porém foi um grande influenciador.
Após a derrota, o sentimento era o mesmo. Em 2018 não deixaríamos escapar novamente. Nosso time não via outra opção a não ser treinar, se dedicar, chegar lá e fazer o melhor, sempre lembrando de toda a provocação e comentários que faziam sobre nosso jogo.
Em 2018, logo no primeiro jogo da competição enfrentamos o time da Unioeste de Foz, um dos nossos rivais mais antigos que vinha com muita vontade de se tornar campeão novamente. Não fizemos nosso melhor durante o jogo e só conseguimos ganhar na prorrogação, que sufoco! Acho que isso fez com que a FAG acreditasse ainda mais que ganhariam de nós na final. Momentos depois do jogo, o central do time e membro da diretoria da atlética deles encontrou com um de nossos goleiros e um pessoal da atlética e falou que queria apostar cinco grades de cerveja no jogo da final, porém eles não quiseram e ele foi embora. Quando voltei para o ginásio e eles me contaram, resolvi que iria apostar sim, eu confiava demais no meu time. Consegui encontrar com o Bodão do outro lado da rua, quase indo embora já e então começou a ousadia (isso que eu nunca fui de fazer apostas).
O diálogo foi bem rápido, ele perguntou se eu queria apostar na final e eu disse para ele “Vim pra isso”:
– 5 grades? – Ele perguntou
– Pode ser – respondi.
Apertamos a mão para firmar o trato, quando ele disse: “Ou quer aumentar? Vamos dez?”
Meu Deus, dez grades é muito dinheiro, se eu perdesse com certeza não teria como pagar (rs). Me mantive superconfiante e disse: “Eu fecho! Só tem um porém, se ganharmos quero sair daqui com o dinheiro na mão”. Ele concordou e assim ficou. Além do ouro, nossa final estava valendo dez grades de cerveja!
De cara pensei que eu não poderia contar para o time, a pressão seria ainda maior e eu não queria isso para eles. Mais tarde encontrei com Bodão e pedi que ele não comentasse com meu time sobre a aposta, mas ele disse que contaria com certeza. Preferi então que eles ficassem sabendo por mim e assim que encontrei com o time dei a notícia. Foram várias reações, mas todas as respostas tinham um “a gente vai ganhar” no meio, isso com certeza deu mais vontade ainda de ganhar (quem não quer ganhar dez grades de cerveja né?!).
Quando finalmente chegou o dia do jogo, cada jogador só queria dar o máximo de si e trazer esse título, e foi o que fizeram! Por volta das 14h15m do dia 03 de junho de 2018, a UEM voltou a ser CAMPEÃ do handebol masculino do Engenharíadas Paranaense. Que delícia, que alívio!
Depois do jogo, descobrimos que além das dez que eu havia apostado, outra pessoa da diretoria havia apostado mais oito, a alegria só aumentava. Além de campeões, vamos beber dezoito grades de cerveja na conta da FAG (e mais duas que rolou de aposta no primeiro jogo contra Foz), saiu melhor do que o esperado!
Agora falta receber, @Bodão paga nós!!!!
