Política e jogos: a grande relação de ambos na realização de um evento universitário!

Em meio a atual situação política que vivemos em nosso país, é quase impossível dizer que os jogos universitários não são afetados por tudo isso. Depois de ser presidente de dois jogos, “JOIA OESTE 2017” e “ENGENHARÍADAS PARANAENSE 2018” e pensando que estamos em ano de eleição, achei conveniente falar o quanto a política pode ajudar muito na realização de um jogos como interferir de forma muito negativa.

Sempre que a comissão organizadora começa a executar o planejamento de um jogos, um dos primeiro pontos a ser analisado é o apoio político que se tem na cidade-sede que esta sendo cogitada para realização do evento, e isso não se limita somente à prefeitura, vereadores e pessoas diretamente ligadas à administração do município, mas também ao apoio de entidades, hospitais, ministério público, núcleo regional de ensino, entre outras instituições que ajudam muito na organização como um todo.

Para expor melhor o quanto isso é importante, vou contar algumas coisas dos bastidores do Engenharíadas Paranaense 2018 que, confesso, apesar de ter sido uma edição comemorativa de 10 anos, foi um tanto quanto “emocionante” nesses aspectos.

Desde que comecei a estudar em Toledo (PR) e me envolvi com atlética, um dos meus sentimentos de decepção era quando via toda a estrutura de Toledo, uma das melhores do estado, não recebendo jogos universitários. No final de 2015,  em uma conversa com outros presidentes das atléticas de Toledo, percebi que esse era um sentimento comum. Foi aí que começou a nascer o TUT (Taça Universitária Toledo).

Um dos principais objetivos da realização do TUT, era fazer com que as autoridades políticas de Toledo enxergassem a cidade como uma possibilidade de realização de um evento universitário que agregasse diversos pontos positivos e trouxesse benefícios em vários setores.

Toda essa mobilização foi muito importante para que esse sonho, que era levar o Engenharíadas Paranaense para Toledo, se tornasse realidade. Porém, nem tudo foi fácil para que isso acontecesse. Logo no início da organização, fomos pegos de surpresa pelo Núcleo Regional de Educação (NRE).

Foto: Flaghbang

Problemas ocorridos no ano de 2013 ainda refletiam muito nas escolas que, à época serviram de alojamento. O NRE solicitou que demonstrássemos o apoio de várias autoridades e, inclusive, das duas universidades da cidade-sede que participavam do evento. Conseguimos o apoio de todos que o Núcleo de ensino pediu e iniciamos as conversas com as escolas.

Infelizmente, algumas escolas não cederam e tivemos de recorrer às municipais. Foram mais conversas, agora envolvendo a Secretaria de Educação do Município, para assim conseguir fechar o número de escolas necessárias para alojar todas as delegações. A emoção só estaria começando.

Na semana que antecedia o evento tivemos mais uma surpresa: a greve dos caminhoneiros começara a interferir. Isso sim poderia ter colocado em xeque a realização do Engenhariadas 10 anos. A partir daí, uma força tarefa se iniciou para que tudo que tivesse sido afetado pela greve fosse suprido, o que gerou uma preocupação enorme. Entretanto, aos poucos conseguimos fazer com que as coisas fossem se resolvendo.

Na terça-feira, dois dias antes do início dos jogos, fomos chamados para uma conversa com o Ministério Público de Toledo. Na segunda-feira, devido a greve, a cidade havia declarado estado de emergência, os hospitais estavam sofrendo com a falta de abastecimento de remédios, a guarda municipal com a falta de combustível, e vários outros fatores que eram muito importantes para que o município conseguisse receber o evento sem maiores problemas.

Na quarta-feira, o Ministério Público entrou com uma ação civil pública, ou seja, estava na mão da Juíza a realização do Engenharíadas Paranaense. Ela solicitou os contratos que o evento tinha, como segurança, alimentação, equipe de prestação de socorro (ambulâncias, socorristas), tudo que demonstrasse como o evento estava sendo organizado para que não houvesse nenhuma interferência no dia-a-dia da cidade.

Aloísio Chulapa ao lado do Secretário de Esportes de Toledo, Jêronimo.

No meio disso tudo, nós tivemos a sorte a nosso favor. Naquela mesma quarta-feira as coisas começaram a normalizar, e depois de muita conversa, na véspera da realização do evento, fomos liberados para que o mesmo acontecesse.

Falando assim de forma resumida não parece, mas todo o processo foi determinante demais. A comissão organizadora do Engenharíadas se superava a cada problema, e se uniu muito. Trabalharam dia e noite para que tudo acontecesse da melhor forma possível.

Quando eu disse na entrevista para o blog que a gente tinha se unido muito, isso não era mentira, e foi muito por todo o ocorrido que vivemos. No fim das contas aconteceu tudo da melhor maneira possível, às vezes não da forma que tínhamos planejado, mas exatamente do jeito que tinha que ser.

Isso tudo só foi possível porque desde o princípio a Prefeitura de Toledo ficou do nosso lado, apoiou o evento e nos deu suporte para todos os problemas. Com isso nós percebemos que o mais importante para que um evento como esse possa realmente acontecer é ter o apoio de que se precisa, como das entidades.

O mais importante é perceber que somos todos universitários, cheios de vontade e querendo nos firmar no mercado de trabalho. A política, por incrível que pareça, está ligada diretamente a realização dos jogos universitários, e em ano político, só fica o incentivo para que a gente se interesse mais pela administração pública, seja das cidades, estados ou até mesmo do país, principalmente de forma consciente nas urnas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.