Novo semestre, novos calouros: o que considerar na hora de chamar essa galera para a atlética

O começo de um novo semestre é sempre marcado, na maioria das universidades, pela entrada de novos calouros para os cursos, conhecidos como os famosos “bixos”. Essa sem sombra de dúvidas é uma fase de grande renovação dentro da universidade, com várias novas pessoas, com diferentes perfis, características, gostos e personalidades, fazendo com que o ambiente universitário esteja em constante renovação e heterogeneidade de pensamentos, dando sempre uma “cara nova” para os cursos.

Nessa etapa de entrada de calouros, podem ser vistos desde o primeiro dia diferentes perfis de pessoas, como aqueles que já querem explorar o curso com todas as suas possibilidades, os que parecem ainda não ter saído do ensino médio/cursinho, os meio perdidos e etc. Nessa levada de novas pessoas, as atléticas universitárias têm grandes chances para a renovação de gestão.

É muito importante para uma atlética estar sempre de acordo com as demandas do(s) curso(s), e a renovação de pessoal dentro da gestão é sempre positiva para alinhar o pensamento da diretoria com o perfil do curso. A presença de pessoas de diferentes períodos dentro de uma atlética é bem interessante para a melhor fluidez de pensamentos e ações. Por isso, pensar na presença de um calouro dentro da atlética é um ponto a ser destacado e discutido com uma maior atenção.

De fato, uma mente nova e mais jovem corrobora em muito para alguns pensamentos, mas há ainda alguns detalhes que devem ser balanceados e colocados em pauta a respeito dos novatos na gestão, como a maturidade acadêmica.

A empolgação é um exemplo de ponto a ser refletido, com toda certeza é necessário que haja uma animação, porém desde o início deve-se notar se há nesse ânimo um senso de realidade e um sentimento de “pé no chão”, visto que as vezes esse gás inicial pode acabar bem rápido quando se descobre que muitas coisas envolvem um processo muito mais complicado do que se parece.

A comunicação e facilidade em se relacionar, dialogar e conviver com as pessoas é de grande importância, uma vez que pela atlética essa pessoa participará de diversas reuniões, conhecerá pessoas, se fará necessária para diálogos internos e externos, contatos com outras atléticas e principalmente para a conversa com os alunos da própria atlética, que são, sócios, atletas, clientes e participantes de todas as coisas da instituição.

Foto: AAA Márcio Teixeira – Odonto UFU

Outro ponto a se visualizar em um calouro para um possível novo gestor é a organização. Se a pessoa não consegue se organizar em relação a vida pessoal, amizades e compromissos, tal pode não ser uma “aquisição” positiva para a sua gestão. A maturidade também é fundamental: deve-se notar se a pessoa possui um perfil de maduro para cumprir com as funções e rotinas que se tem dentro da gestão, sabendo separar e definir suas prioridades e comportamento enquanto diretor, além de que, a partir de sua admissão, essa pessoa passa a responder pela atlética em muitas de suas atitudes.

Conversando com outras AAA a respeito desse ponto, ideias e pensamentos bastante positivos de quem já passou por isso dentro de suas associações foram levantados. A presidente da Associação Atlética Acadêmica Marcel Resende Davi – Medicina UFU, Jaqueline Spirandelli, ao ser questionada sobre a presença de um calouro dentro da gestão, apontou o seguinte:

“Eu acho que cada atlética tem sua dinâmica e particularidades. A maioria dos bixos que entram na atlética são novos no mundo universitário, muitas vezes não conhecem como as coisas funcionam ou vão apenas com a intenção de conhecer pra ver se gostaria de continuar fazendo parte. A minha atlética, em si, funciona em esquema de reuniões abertas para a comunidade acadêmica, de forma que qualquer aluno pode ir assistir e participar das reuniões, contudo, não costumamos repassar responsabilidades logo de cara, na maioria das vezes aguardamos a pessoa ir em mais reuniões para dar uma função em si e dizer que ela é um membro efetivo da atlética. Por outro lado, se o interesse e a eficiência são demonstrados pelo bixo, não vejo problemas em dizer que ele faz parte da atlética (uma vez que os cargos são eleitos de forma anual e muitas vezes a pessoa que entra só irá fazer parte a partir das próximas eleições)”.

Quando perguntei a respeito de quais características chamam atenção em um calouro, a ponto de ver nele um novo diretor para a sua atlética, Spirandelli respondeu:

“Acredito que a proatividade e o interesse sejam as duas características mais importantes. Pra fazer parte efetivamente da atlética é necessário que a pessoa, acima de tudo, tenha vontade de estar ali e a trabalhar de verdade e isso pode ser evidenciado em bixos quando eles ajudam os membros a resolver problemas, ou até em ações mais simples, como dar palpites em reuniões, demonstrar o interesse nos vários setores da atlética, ou se oferecer para ajudar em tarefas do dia a dia.”

Foto: AAA Márcio Teixeira – Odonto UFU

Conversando com outra presidente, agora Suzanna Silva, da Associação Atlética Acadêmica Márcio Teixeira – Odontologia UFU, sobre quais seriam as dificuldades que um calouro poderia enfrentar dentro da atlética, a resposta foi a seguinte:

“A faculdade é muito diferente do cursinho e do ensino médio, tudo novo, a maioria entra perdido e meio desesperado em não reprovar, em tirar notas boas e em se sentir aceito de alguma forma, e isso pode acabar sendo um empecilho para a sua participação”

E ao ser questionada sobre com um calouro poderia agregar para uma gestão,  ela respondeu:

“A sua disposição, a sua cabeça nova, sem ter contato com atlética eles no início veem coisas que as vezes a rotina não nos permite ver. O sangue novo, e a vontade de fazer também são coisas que agregam”

Contudo, pode-se ver que a presença de um calouro dentro de uma atlética pode ser bastante positiva, mas a escolha e o processo de admissão devem ser bem cuidadosos e feitos com uma certa cautela, sempre estando de acordo com os pontos citados acima, para que algo que pode ser extremamente positivo, não se torne negativo e prejudicial.

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