Atléticas de Santa Catarina: um movimento que vem ganhando força!

No mês passado, lançamos uma matéria mostrando um pouco do crescimento da cultura de atléticas no estado do Rio Grande do Sul, contando um pouco do pensamento da galera que está a frente das principais atlética do estado. Este mês, retornaremos com a matéria, agora apresentando um pouco mais do pessoal que está à frente de algumas das principais atléticas de Santa Catarina. Eles contarão um pouco de como as competições que ocorrem no estado contribuem para esse crescimento.

Em Santa Catarina, assim como no RS, o movimento das atléticas também vem crescendo consideravelmente de uns tempos para cá. Este fato fez com que inúmeras atléticas surgissem no estado, como é o caso da Atlética das Engenharias e Arquitetura da FURB (AAAEAF). A AAAEAF participou da sua segunda edição do Engenharíadas Sul (Esul) este ano (2018), ficando atrás apenas da AAEE UFRGS e ATCTC UFSC, duas atléticas já consolidadas, ambas com títulos do Engenharíadas Paranaense (EP).

O então presidente da AAAEAF, Bruno Soares, conta que o Esul tem importância máxima para o crescimento dessa cultura de atléticas no estado. Isso ocorre pois antes do Esul, as atléticas de Engenharia e Arquitetura da região só tinham o Universipraia para participar, evento este em que a parte esportiva não é o foco principal do evento, e sim a festas, o que faz com que as atléticas percam um pouco o foco do que realmente é uma associação atlética. Já com o Engenharíadas Sul, todas as atléticas estão investindo no esporte e com isso crescendo como atlética.

No entanto, esse ano o Esul teve um gostinho especial para a AAAEAF, pois os jogos ocorreram na casa deles, em Blumenau. O Bruno contou um pouco mais de como foi receber um evento desse porte: “O evento movimentou muito a cidade, de diversas formas, não apenas no setor financeiro do município. O evento em si, trouxe também a utilização de vários espaços da própria FURB, como ginásios e praças esportivas, fato este, que não ocorria a um bom tempo. Isso prova que a influência das competições entre atléticas, vem influenciando até mesmo as cidades por onde passa”. 

Agora, indo para a capital, Florianópolis, entrevistamos o diretor de marketing da atlética então campeã do Universipraia, a Atlética de Administração da UFSC. Gabriel Faustino, conta um pouco da influência do Universipraia para o surgimento e consolidação dessas novas atléticas: “Pelo evento já ser algo muito consolidado, que cada vez cresce mais e todos falam direto, tenho certeza que ele influencia sim no crescimento de atléticas. Nós, da Administração, notamos uma diferença de 2015 para 2016. No Uni 2015, tínhamos muitas pessoas de outros cursos, pois suas atléticas ainda não possuíam estrutura ou não existiam, fato este que mudou em 2016, onde vimos muitas Atléticas buscando mudar seu tamanho para levar seu próprio pessoal. A partir deste momento, nossa delegação ficou mais restrita ao pessoal da ADM, pois os outros cursos começaram a crescer. Na parte esportiva, não acho que ele seja muito aberto à novas entidades, dado o número limitado de vagas e tudo mais, afinal as Atléticas novas de Santa Catarina não teriam como disputar um universipraia, vide que ainda existem muitas atléticas mais fortes esportivamente que ainda não conseguiram participar (a Atlética de Educação Física da UFSC (AEF) seria um exemplo). Mas, como o evento não se restringe apenas na parte esportiva, o entretenimento chama tanta atenção quanto. Neste caso, o Universipraia se torna um evento “fácil” para você utilizar para alavancar suas atléticas, por ser um evento bem estruturado e bem planejado. E para as atléticas já estruturadas fica sempre o desafio de levar mais gente, disputar as vagas esportivas na divisão de acesso e tudo mais. No nosso caso já é a busca por titúlos novamente, ao mesmo tempo que fazemos de tudo para dar uma experiência irada para uma delegação bem grande para uma atlética de apenas um curso.”

O Faustino contou também o papel de una competição interna na própria universidade, que é o fato do Interatléticas (IA) da UFSC. “A Atlética da ADM UFSC foi a presidência das últimas edições, e a ideia do evento é que o mesmo tenha sempre um crescimento. O lema sempre foi manter um evento focado para a UFSC, mas buscar aumentar a parte esportiva. Sempre falamos que ao mesmo tempo que tentamos fazê-lo crescer, buscamos mantê-lo acessível para as novas atléticas da UFSC. Na minha opinião em parte esportiva é a maior de Santa Catarina, mas não tem o apelo de entretenimento pela falta de festa, o longo período em que ocorre, e algumas regras da UFSC que proíbem bebida. Sempre tentamos fazer uma festa de encerramento, um Happy Hour, buscamos trazer as atléticas de Joinvile, Ararangua, Curitibanos, mas não colocaria o evento no mesmo molde de outros eventos como o Economíadas e Engenharíadas, pois acho que o IA hoje, tem um foco muito mais esportivo”. 

Faustino conta também que acha que o fato de sempre buscar manter o evento nas mãos de estudantes, sem envolver empresas na organização, deixa ele mais a cara da UFSC, ao mesmo tempo que dificulta um pouco essa parte de festa e patrocínios. A visão do IA para o futuro é tornar o evento cada vez mais acessível para que se tenham ainda mais atléticas e mais disputas, ao mesmo tempo que possa trazer um retorno para as atléticas, e buscar ter maior reconhecimento externo. Se perguntar na UFSC, todas as atléticas falam que o IA é competição mais importante, agora é passar isso para as empresas e apoiadores em busca de um investimento externo.

Por fim, podemos notar que a cultura de atléticas vem em uma crescente muito boa no sul do país. Como já visto na última matéria, sobre o Rio Grande do Sul, e agora, em Santa Catarina, nota-se que ambos tem grandes chances de consolidarem essa cultura, como já ocorre em estados que estão com isso enraizado em suas universidades, como é o caso de Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A principal causa dessa consolidação da cultura, se dá quase que exclusivamente pelo surgimento de eventos entre atléticas com alto nível esportivo, forçando as atléticas a se adaptarem a níveis cada vez mais altos de organização e comprometimento com o esporte.

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