A importância de uma atlética em cursos de baixa popularidade

Já parou pra pensar como funciona uma atlética acadêmica? Quais são os princípios, as metas e como tudo acontece até uma pequena organização de acadêmicos se firmarem como instituição? Logo de cara da pra imaginar que não se trata de algo simples e instantâneo. A formação de uma atlética depende de inúmeros fatores, mas certamente o interesse é de longe o principal destes.

Assim como toda organização, é necessário um núcleo que é responsável pela coordenação (a famosa “diretoria”), e principalmente indivíduos que se interessam pelo proposito da entidade (os queridos “associados”). Em meio a isso, muitos problemas podem interferir no andamento de uma AA. Já pensou como seria organizar algo do tipo em cursos que, por tradição, não apresentam acadêmicos participativos em jogos, festas e afins? Bora refletir sobre isso?

O movimento de atléticas cresce a cada dia em faculdades pelo Brasil afora e vem atingindo inúmeros meios acadêmicos. Faculdades de engenharia, medicina, educação física, direito, geralmente sãos as primeiras envolvidas neste âmbito, pois contam com muitos fatores que os ajudam na caminhada de uma AA: o interesse em práticas esportivas, o grande número de acadêmicos, etc. Contudo, muitos cursos não desfrutam das mesmas condições, é o caso de cursos como Matemática, Química, Geografia, etc.

Segundo Adrielli Sobral, atual presidente da AAAQuímica – Dourados, os problemas com interesse são constantes e dificultam ainda mais em períodos iniciais. “O orgulho atrapalha bastante, tem muita gente que entra no curso de química pela baixa concorrência com interesse apenas em ter um curso superior, essas pessoas não dão a mínima pro meio universitário que envolve a faculdade como um todo. […] A cultura do “nerd” também atrasa muito, assim como a alta desistência, isso tudo pra uma atlética pequena que tá começando agora, dificulta bastante”.

Nestas condições, a integração entre os acadêmicos é menor que as demais e o clima de individualidade é imenso. Muitos acadêmicos que cursam tais faculdades não mantém uma relação de amizade nem mesmo com colegas de turma, e a alta desistência pressiona ainda mais a situação. Já se imaginou fazendo uma graduação sozinho? Aposto que não seria uma das melhores experiencias.

Para Jussara Santos, diretora de finanças da AAACHUFB, a questão esportiva é a que mais intervém no andamento de atléticas nestes padrões. “A gente vem tentando ao máximo mostrar pro pessoal que faculdade não se resume em ficar o tempo todo com livros, provas e tal. Passamos a eles o lado positivo de fazer parte da atlética e como isso pode melhorar a vida acadêmica […] mesmo assim o desinteresse é abrangente, mas o que interfere bastante é o esporte, por que esse é o foco principal da AA”.

A frequência em treinos se torna uma luta sem fim e isso causa um enorme número de poli atletas em época de jogos. São poucos que participam dessas práticas. Por conta disso, os atletas sempre acabam praticando mais de um esporte em campeonatos, causando um enorme desgaste em uma delegação como um todo. Isso acaba tornando a experiencia que deveria ser prazerosa, muitas vezes em algo cansativo e enlouquecedor (muito semelhante com a vida acadêmica kkk).

Para contornar a situação, muitas medidas já vêm sendo adotadas, como a parceria com professores, que diminui a carga de preconceito sobre as Aas; o convênio com empresas, que mostra os benefícios de ser um associado; as ações sociais, atraindo um público diferente para a instituição; a diversificação nos esportes praticados pela atlética, como E-Sports. Até mesmo uma apresentação mais elaborada do seguimento pode ajudar.

Isso tudo contribui para o crescimento não só da atlética, mas até mesmo do curso. Acadêmicos mais participativos do movimento universitário podem viver inúmeras experiencias interdisciplinares, e isso deve ser levado em consideração no caso de áreas com uma menor expressão deste movimento. A experiência de participar deste meio é incrível. Ver o que antes era vergonha por cursar algo monótono, se transformar em orgulho por participar de uma instituição, não tem dinheiro que pague.

 

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