Ontem (21), começou na Universidade Estadual de Maringá (UEM) a 1ª Semana de Conscientização Contra Abuso e Assédio que vai até dia 26/05. O objetivo do evento é levar informações sobre o tema para a maior parcela da população que temos acesso, para que assim mais pessoas saibam identificar situações de assédio, abuso, violência e como se portar diante delas, dando também um direcionamento exato e preciso de como recorrer nesses casos.
A primeira palestra teve como tema Violência Contra a Mulher: Reflexões e Ações (IM)possíveis, e foi apresentada pela psicóloga Jaqueline Bordin. Ela destacou alguns pontos que devemos estar sempre atentos quanto ao estupro, assédio verbal, moral e psicológico e ao abuso, principalmente quando estes acontecem dentro de casa ou com pessoas próximas e nós não percebemos.
Jaqueline ressalta o quanto a violência contra a mulher mostra índices assustadores e crescentes no Brasil. “Por esses e outros motivos que eventos como a semana da conscientização são extremamente relevantes para que possamos discutir o assunto. Nós mulheres precisamos nos unir, sermos rede de apoio umas para as outras, precisamos saber identificar os agressores, precisamos saber que a violência psicológica é tão grave quanto a física e precisamos identificar os sinais precoces da violência contra a mulher. Espero que a palestra de ontem tenha deixado as participantes e os participantes com a pulga atrás da orelha e com uma sensação de incômodo e que tod@s comecem a prestar mais atenção nesse assunto”.
Segundo a Folha Uol, em 2016 o Brasil registrou 135 estupros por dia, sendo quase 50 mil casos. Além disso, a BBC Brasil relata que 70% dos casos de estupro são para com crianças, dentro de suas próprias casas.
Outro ponto importante que Jaqueline cita é que muitas vezes nós não percebemos o assédio por se tratar de um fator “cultural comum” na sociedade. “Ah, que fofo, ele tem ciúmes de você por isso não te deixa usar roupa curta, magina“. Não é fofo. “Tapa de amor não dói“. DÓI SIM! “Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher“. Ah, mas mete sim, eu meto e você também deve.
Gabriela Garbi, representante do PET Economia UEM diz que um dos motivos para a criação do evento foi um ocorrido próximo e a necessidade de saber o que fazer. “Atualmente o assédio tem sido muito mais falado, as mulheres estão criando coragem para denunciar. Na UEM, as alunas de ginástica e história se voltaram contra um professor assediador. Além disso, aconteceu um caso próximo a nós e nós não sabíamos o que fazer. A questão não era a denúncia, mas como nos portaríamos sobre o apoio à vítima e o que faríamos com o abusador? Não tínhamos informações necessárias. O que as pessoas sabem, o que repassam, é o básico. Foi por este motivo que o evento foi criado. Todos precisam saber para poder falar sobre o assunto, ter conhecimento e disseminar isso. Precisamos falar sobre, conversar sobre“.
A programação da semana de conscientização segue até o próximo sábado (26), com palestras gratuitas, sem necessidade de inscrição. No último dia, será ofertado para as mulheres Aula de Defesa Pessoal. Confira a programação completa e participe. Faça sua parte e abra os olhos.
O evento é uma organização do CAECO UEM, PET Economia UEM, Somos Todas Frida e Atlética XI de Setembro UEM.
